Recife, 28 de outubro de 2025 – Encerrou-se neste domingo (27) na Torre Malakoff a exposição Terra-Mar, uma imersão sensorial e científica pelos ecossistemas costeiros do Brasil que uniu arte, pesquisa e educação ambiental durante 17 dias. Desenvolvida pelo Laboratório Misto Internacional TAPIOCA e pelo IRD Brasil, a mostra atraiu milhares de visitantes e promoveu um diálogo profundo sobre conservação marinha às vésperas da COP30. Com o slogan “Dos manguezais aos oceanos profundos: um continuum chamado oceano“, a exposição encerrou sua temporada na Torre Malakoff após bem-sucedida passagem por Montpellier, na França, consolidando-se como importante iniciativa de divulgação científica.
Arte e ciência em sintonia com o oceano
A curadoria da exposição integrou linguagens artísticas e científicas em uma experiência multimodal, reunindo a identidade visual principal concebida por Ayodê França, que traduziu em cores e formas a complexidade da vida marinha; as esculturas de animais marinhos confeccionadas com materiais recicláveis por Eliú Damasceno, do projeto Conexões Viscerais; conteúdos audiovisuais com cenas de ecossistemas costeiros e registros a bordo de barcos de pesquisa em expedições científicas; animais em vidro direto dos laboratórios das Universidades UFPE e UFRPE; e peças tridimensionais em resina, pintadas com técnica de realismo, que representaram espécies marinhas dos ecossistemas costeiros, aproximando o público da biodiversidade local por meio de reproduções detalhadas.




“A combinação entre linguagens artísticas e documentação científica permitiu criar uma experiência imersiva única”, observou Anne Justino, curadora e coordenadora de programação. “Os vídeos das expedições e as esculturas realistas foram especialmente elogiados por mostrarem tanto a beleza quanto a complexidade dos ecossistemas marinhos.”
Debates que conectaram saberes
Entre 13 e 17 de outubro, o ciclo “Ideias para Adiar o Fim do Mundo” promoveu rodas de conversa com pesquisadores, educadores e lideranças comunitárias. Entre os temas em destaque:
- “Por que estudar o oceano?” (13/10)
- “Mudanças climáticas e o futuro invisível do oceano” (15/10)
- “Plásticos sem fronteiras: a marca humana que o oceano não esquece” (16/10)
“O oceano não é apenas um campo de estudo científico, é também um espaço de vida, cultura e pertencimento”, afirmou Arnaud Bertrand, diretor do LMI TAPIOCA, durante um dos debates.


Educação oceânica para todas as idades
Na semana de 20 a 24 de outubro, as ações “Eu sou um caranguejo e estou de andada!” receberam escolas e educadores com:
- Visitas mediadas à exposição
- Teatro de fantoches sobre conservação marinha
- Atividades lúdicas de alfabetização oceânica
- Exposições interativas como PREAMAR, Bentos e Mar Profundo


Uma cooperação que transbordou fronteiras
O Terra-Mar foi realizado por uma ampla rede de parceiros:
Coordenação
LMI TAPIOCA, IRD Brasil, Rede Clima Pesquisas, Falcão Vento e BioImpact
Apoio
UFPE, UFRPE, SECTI, Fundação de Cultura de Pernambuco e Embaixada da França no Brasil
Patrocínio
Ministério da Pesca Aquicultura, FACEPE e IRD França
A iniciativa se alinhou com a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica (2021-2030), reforçando o compromisso com a sustentabilidade marinha por meio da arte e do diálogo entre saberes.
Fontes consultadas:
Aratu Online (07/10/2025) | BioImpact | IRD França


